sexta-feira, 11 de janeiro de 2013


15ª. semana ~ de 7 a 11 de janeiro




Paul Klee. Strong dream. 1929.

-  aqui  -





  • "Ouvir o silêncio a ler".
  • Apreciação crítica da atividade. 
  • Pastiche. Colagem.
  • De versos escolhidos a um novo poema  - próprio.

  •  (5 vídeos de ) Os Grandes Portugueses - RTP1 - Prof. Helder Macedo: Camões.





«[…] foi Camões que deu à nossa língua este  aprumo de vime branco, este juvenil ressoar de abelhas, esta graça súbita e felina, esta modulação de vagas sucessivas e altas, este mel corrosivo da melancolia»
Eugénio de Andrade, Poesia e Prosa 



A Camões

Quando n’alma pesar de tua raça
A névoa da apagada e vil tristeza,
Busque ela sempre a glória que não passa,
Em teu poema de heroísmo e de beleza.

Gênio purificado na desgraça,
Tu resumiste em ti toda a grandeza:
Poeta e soldado... Em ti brilhou sem jaça
O amor da grande pátria portuguesa.

E enquanto o fero canto ecoar na mente
Da estirpe que em perigos sublimados
Plantou a cruz em cada continente,

Não morrerá, sem poetas nem soldados,
A língua em que cantaste rudemente
As armas e os barões assinalados.

Manuel Bandeira, Antologia Poética



A Luís de Camões

Sem lástima e sem ira o tempo arromba
As heróicas espadas. Pobre e triste
À tua pátria nostálgica voltaste,
Ó capitão, para nela morrer
E com ela. No mágico deserto
Tinha-se a flor de Portugal perdido
E o áspero espanhol, antes vencido,
Ameaçava o seu costado aberto.
Quero saber se aquém da ribeira
Última compreendeste humildemente
Que tudo o perdido, o Ocidente
E o Oriente, o aço e a bandeira,
Perduraria (alheio a toda a humana
Mutação) na tua Eneida lusitana.
                   
                                 Jorge Luís Borges - Tradução de Miguel Tamen




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