Paul Klee. Strong dream. 1929. - aqui - |
- "Ouvir o silêncio a ler".
- Apreciação crítica da atividade.
- Pastiche. Colagem.
- De versos escolhidos a um novo poema - próprio.
- (5 vídeos de ) Os Grandes Portugueses - RTP1 - Prof. Helder Macedo: Camões.
«[…] foi Camões que deu à nossa língua este aprumo de vime branco, este juvenil ressoar
de abelhas, esta graça súbita e felina, esta modulação de vagas sucessivas e
altas, este mel corrosivo da melancolia»
Eugénio de Andrade, Poesia e Prosa
A Camões
Quando n’alma
pesar de tua raça
A névoa da
apagada e vil tristeza,
Busque ela
sempre a glória que não passa,
Em teu poema de
heroísmo e de beleza.
Gênio
purificado na desgraça,
Tu resumiste em
ti toda a grandeza:
Poeta e
soldado... Em ti brilhou sem jaça
O amor da
grande pátria portuguesa.
E enquanto o
fero canto ecoar na mente
Da estirpe que
em perigos sublimados
Plantou a cruz
em cada continente,
Não morrerá,
sem poetas nem soldados,
A língua em que
cantaste rudemente
As armas e os
barões assinalados.
Manuel
Bandeira, Antologia Poética
A Luís de
Camões
Sem lástima e
sem ira o tempo arromba
As heróicas
espadas. Pobre e triste
À tua pátria
nostálgica voltaste,
Ó capitão, para
nela morrer
E com ela. No
mágico deserto
Tinha-se a flor
de Portugal perdido
E o áspero
espanhol, antes vencido,
Ameaçava o seu
costado aberto.
Quero saber se
aquém da ribeira
Última
compreendeste humildemente
Que tudo o
perdido, o Ocidente
E o Oriente, o
aço e a bandeira,
Perduraria
(alheio a toda a humana
Mutação) na tua
Eneida lusitana.
Jorge Luís
Borges - Tradução de Miguel Tamen
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