segunda-feira, 30 de abril de 2012


29.ª semana ~ de 30 de abril a 4 de maio







  • Trabalho sobre o conto escolhido.
  • Esclarecimento das dúvidas. Sugestões. Orientações.



segunda-feira, 23 de abril de 2012


28.ª semana ~ de 23 a 27 de abril










UMA FOTOGRAFIA DO 25 DE ABRIL

Primeiro as árvores cobri-
ram-se de folhas depois

de pássaros e depois de
homens.

Jorge de Sousa Braga, Porto de Abrigo





segunda-feira, 16 de abril de 2012


27.ª semana ~ de 16 a 20 de abril




Meninas sentadas lendo.
 em ALMADA a cena do corpo, 
Centro Cultural de Belém



  • Conto de José de Almada Negreiros, "O Cágado".



Mia Couto
Uma palavra de conselho e um conselho sem palavras **
Sou escritor e cientista. Vejo as duas actividades, a escrita e a ciência, como sendo vizinhas e complementares. A ciência vive da inquietação, do desejo de conhecer para além dos limites. A escrita é uma falsa quietude, a capacidade de sentir sem limites. Ambas resultam da recusa das fronteiras, ambas são um passo sonhado para lá do horizonte. A Biologia para mim não é tanto uma disciplina científica mas uma história de encantar, a história da mais antiga epopeia que é a Vida. É isso que eu peço à ciência: que me faça apaixonar. É o mesmo que eu peço à literatura.
Muitas vezes jovens me perguntam como se redige uma peça literária. A pergunta não deixa de ter sentido. Mas o que deveria ser questionado era como se mantém uma relação com o mundo que passe pela escrita literária. Como se sente para que os outros se representem em nós por via de uma história? Na verdade, a escrita não é uma técnica e não se constrói um poema ou um conto como se faz uma operação aritmética. A escrita exige sempre a poesia. E a poesia é um outro modo de pensar que está para além da lógica que a escola e o mundo moderno nos ensinam. É uma outra janela no nosso olhar sobre as coisas e as criaturas. Sem a arrogância de as tentarmos entender. Só a ilusória tentativa de nos tornarmos irmãos do universo.
Não existem fórmulas feitas para imaginar e escrever um conto. O meu segredo (e que vale só para mim) é deixar-me maravilhar por histórias que escuto, por personagens com quem cruzo e deixar-me invadir por pequenos detalhes da vida quotidiana. O segredo do escritor é anterior à escrita. Está na vida, está na forma como ele está disponível a deixar-se tomar pelos pequenos detalhes do quotidiano.

O conto é feito com pinceladas. É um quadro sem moldura, o início inacabado de uma história que nunca termina. O conto não segue vidas inteiras. É uma iluminação súbita sobre essas vidas. Um instante, um relâmpago. O mais importante não é o que revela mas o sugere, fazendo nascer a curiosidade cúmplice de quem lê. No conto o que é importante não é tanto o enredo mas o surpreender em flagrante a alma humana. No conto (como em qualquer género literário) o mais importante não é o seu conteúdo literário mas a forma como ele nos comove e nos ensina a entender não através do raciocínio mas do sentimento (será que existem estas categorias, assim separadas ?).
[…]
O que interessa para o conto é o conflito interior das pessoas, o pequeno detalhe de quem se surpreende e se descobre um outro. Portanto, o único conselho é este: escutar. Tornarmo-nos atentos a vozes que fomos encorajados a deixar de ouvir. Tornemos essas vozes visíveis. E mantermos viva essa capacidade que já tivemos na nossa infância de nos deslumbrarmos. Por coisas simples, que se localizam na margem dos grandes feitos.
[…]
Regresso, por fim, ao universo da escrita literária. Só se escreve com intensidade se vivemos intensamente. Não se trata apenas de viver sentimentos mas de ser vivido por sentimentos.
**Texto integral AQUI



terça-feira, 10 de abril de 2012


26.ª semana ~ de 10 a 13 de abril







  • 3.º período - trabalhos a desenvolver; prazos.
  • Escolha do conto - trabalho individual, em aula e em casa.




[…]
Minha velha tia costumava adormecer-me cantando-me
(Se bem que eu fosse já crescido demais para isso)...
Lembro-me e as lágrimas caem sobre o meu coração e lavam-no da vida,
E ergue-se uma leve brisa marítima dentro de mim.
Às vezes ela cantava a «Nau Catrineta»:

Lá vai a Nau Catrineta
Por sobre as águas do mar...

E outras vezes, numa melodia muito saudosa e tão medieval,
Era a «Bela Infanta»... Relembro, e a pobre velha voz ergue-se dentro de mim
E lembra-me que pouco me lembrei dela depois, e ela amava-me tanto!
Como fui ingrato para ela — e afinal que fiz eu da vida?
Era a «Bela Infanta»... Eu fechava os olhos e ela cantava:

Estando a Bela Infanta
No seu jardim assentada

Eu abria um pouco os olhos e via a janela cheia de luar
E depois fechava os olhos outra vez, e em tudo isto era feliz.

Estando a Bela Infanta
No seu jardim assentada,
Seu pente de ouro na mão,
Seus cabelos penteava

Ó meu passado de infância, boneco que me partiram!
[…]


s.d. Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993).  - 162. 1ª publ. in Orpheu, nº2. Lisboa: Abr.-Jun. 1915.

 
 
 


segunda-feira, 2 de abril de 2012







·        3.º período

·        Trabalho a entregar até ao dia 10 de maio
·        Apresentações orais – 23 e 24 de maio
·        Teste – 31 de maio


CONTO - GUIÃO DE LEITURA

1.      Síntese da acção.
2.  Justificar os principais traços físicos, mas sobretudo simbólicos do(s) espaço(s) representado(s).
3.  Caracterização das personagens (retratos aprofundados e justificados; usar principalmente o processo indireto).
4.      Escolher:
4.1. Palavras ou frases “plasticamente” surpreendentes – transcrever três exemplos e explicá-los ou comentá-los.
4.2.“Um parágrafo que me emocionou…/sensibilizou…” – transcrevê-lo e fundamentar os motivos da escolha.
5. O título – valor(es) expressivo(s) do mesmo, relacionando-o com as personagens, com a ação ou…, ou…
6.     O desfecho – comentá-lo…; sugestivo?...; previsível?...; aberto ou fechado?; lógico? Absurdo? Realista? Sobrenatural?...
7.     Ilustração do conto e descrição conceptual da mesma.
8.  O(s) tema(s) – referir e justificar o(s) que considerar principal(ais) ou elaborar uma reflexão sobre o tema que identificar
9.   Falarei de… (descrever como fará uma pequena apresentação oral – 5/7 minutos – do melhor do trabalho).

Não esquecer:

1.       Introdução – com uma primeira síntese das opções e percursos.
2.      Conclusão – apreciar, conclusivamente, de forma descritiva e ponderada, o trabalho e a proposta.

Aspetos formais:

·         Formato A4 – fundo branco
·         Capa
·         – nome da Escola - curso
·         – título do trabalho
·         – disciplina – professor
·         – identificação do aluno
·         Fonte – Arial, corpo 12. Títulos, corpo 14.
·         Espaçamento – 1, 5 cm.
·         Margens – 3 cm, na lombada, e 2cm nos outros lados.
·         Notas de rodapé, se as houver, devem ser incluídas em final de página e numeradas de forma contínua.
·         Todas as páginas deverão ser numeradas com algarismos árabes.


*** Referências bibliográficas - rever em UM