- Escrita criativa. - Colagem.
· Clara Morais
Vejo a sua tristeza de flor amedrontada
E em pensamento, digo-te
O medo que nos salva da loucura
Que simula assombros onde só há sorrisos
E o nervoso não nos deixa ver claro
Mas se os nossos olhos não o virem
Ficaremos cegos de tanta claridade
Poemas usados:
O Fantasma da Obra, José Jorge Letria (p.198)
Perfilados de Medo, Alexandre O'Neill (p. 204)
Ver Claro, Eugénio Andrade (p.194)
Curiosidades Estéticas, António Botto (p. 183)
- Mariana Andrade
Tu não és – poema! o sal da terra
Nem a poesia é teu salário! poeta
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.
Fora existe o mundo. Fora, a esplêndida violência
ou os bagos de uva de onde nascem
as raízes minúsculas do sol.
Me sufoca o ser,
me assusta o querer ser.
O que mais quero ter
é a impossibilidade do ter.
Tudo se transforma:
cada poema,
no seu perfil
incerto
e caligráfico,
já sonha
outra forma.
Pois deito as palavras fora,
recuso-lhes o mel e o cheiro.
É acre o tutano
mas verdadeiro.
Sem comentários:
Enviar um comentário